Pensamentos sobre "Marina Abramovic: a artista está presente"
Antes de ver o documentário eu já tinha tido contato com a obra da Marina (mesmo sem saber ainda que era ela) quando li um artigo sobre uma artista que, durante seis horas, se comportou como um objeto inanimado e deixou o público interagir com ela. A obra me causou incômodo, justamente por mostrar como as pessoas se comportam quando tem o poder de interagir com alguém que está completamente à mercê de suas ações.
Foi meu primeiro contato com arte performática. Um primeiro contato chocante pois era uma manifestação artística completamente diferente da que eu estava acostumada até então.
Após ter uma visão mais aprofundada do estilo artístico de Marina, conhecendo suas outras obras e seus relatos antes de expor "Marina Abramovic: a artista está presente", é evidenciado que a arte performática ainda não é completamente reconhecida e respeitada como uma arte formal. A exposição é controversa, atraindo atenção da mídia e de pessoas ao redor do mundo que foram até o MOMA para apreciar as obras e se sentar diante da artista, dando uma chance para experienciar completamente a arte.
É interessante como as pessoas se emocionam ao olhar para alguém, concentrando nos olhos que o observam. Há uma troca profunda ali, uma pausa que se contrapõe ao mundo tão rápido atualmente.
O nome "a artista está presente" também dialoga que o ser humano está ali, presente, com o outro. Marina está conosco durante a performance e provavelmente por isso que provoca tantos sentimentos em quem está do outro lado da mesa (ou do outro lado da tela, já que tiveram alguns momentos que meus olhos se encheram de lágrimas).
Uma performance sensível. Uma oportunidade de ouvir mesmo que o outro não verbalize. Se sentir acolhido e próximo mesmo que uma mesa os separe. Um recado para que saibamos que não estamos sozinhos.
Que devemos estar mais presentes para o outro. Mesmo que por alguns minutos.
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